preservação audiovisual

Ao longo de quase 60 anos, a SAC apoiou direta e indiretamente a Cinemateca Brasileira. Mas foi nas últimas três décadas que a entidade viabilizou grandes projetos relacionados à memória audiovisual, como o Censo Cinematográfico Brasileiro e os programas de restauração e digitalização de acervos.

Entre 2008 e 2012, o Programa de Preservação e Difusão de Acervos Audiovisuais, em parceria com o então Ministério da Cultura, impulsionou o aprimoramento técnico da Cinemateca e a formação de uma nova geração de técnicos especializados no campo da preservação audiovisual. Essas conquistas posicionaram a Cinemateca Brasileira entre os melhores arquivos de filmes do mundo. Os detalhes de cada projeto podem ser conferidos nos Relatórios Anuais da Cinemateca Brasileira.

Projetos e programas de preservação audiovisual

projetos de preservação audiovisual

Plano de Trabalho V do Termo de Parceria MinC-SAC que viabilizou o desenvolvimento do repositório Banco de Conteúdos Culturais (BCC). Foram feitos investimentos para a expansão dos parques tecnológicos da Cinemateca Brasileira e do Centro Técnico Audiovisual, bem como para a formação de núcleos específicos de equipe em ambas as instituições. O projeto contou ainda com o apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) do Ministério da Ciência e Tecnologia. Entre 2009 e 2013, o BCC deu acesso a mais de 100 mil materiais, entre filmes de longa e curta-metragem; telenovelas, telerreportagens e roteiros da TV Tupi; coleção de fotografias e cartazes. O repositório, continuado pela gestões seguintes da Cinemateca, contribuía diretamente para o cumprimento da Meta 40 do Plano Nacional de Cultura.

Teve três edições no âmbito do Termo de Parceria MinC-SAC (Planos de Trabalho III, IX e XVI) e seu principal objetivo foi financiar as atividades correntes da Cinemateca, a partir de indicadores e metas específicos. Completavam o escopo do Programa: a organização de eventos de formação técnica e cultural; a edição de publicações especializadas; a aquisição de acervos privados de interesse público; e o apoio a diversos projetos do Ministério da Cultura ao redor do país. Por meio dos PPDs, a Cinemateca impulsou suas atividades finalísticas e foram adquiridos para a União os acervos: Atlântida, Vera Cruz, Canal 100, Goulart de Andrade, Glauber Rocha, Dulce Damasceno de Brito, Assis Ângelo e Norma Bengell.

O projeto teve duas edições financiadas pela Petrobras (2007 e 2009) e a seleção dos projetos era realizada através de chamada pública de alcance nacional. Os recursos permitiam a atualização tecnológica do Laboratório de Imagem e Som e a manutenção de profissionais em praticamente todos os núcleos técnicos da Cinemateca.
Na primeira edição (2007-2008) foram contempladas 18 propostas que totalizaram 14 longas e 228 curtas-metragens, produzidos entre as décadas de 1930 e 1970. Entre as obras recuperadas: longas de Mazzaropi e Fernando Coni Campos; Séries Veja Brasil e Águia de Fogo; curtas, cinejornais e filmes domésticos do Pará, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Entre 2009 e 2013 (segunda edição), o programa viabilizou a restauração de 8 longas e 8 curtas-metragens, realizados entre 1960 e 1992. Destaque para os curtas de Aloysio Raulino; e os longas Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, e Xica da Silva, de Cacá Diegues. Em 2012, com aportes da SABESP o longa O grande momento, de Roberto Santos, foi também restaurado.

Projeto contemplado em 2011 na chamada pública do edital da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça “Marcas da Memória”, e que permitiu a restauração de dois curtas e dois longas-metragens relacionados à temática do Edital e que necessitavam de ações urgentes de conservação – Os anos passaram, de Peter Overbeck; Manhã cinzenta, de Olney São Paulo; Vozes do medo, de Roberto Santos; e Os Fuzis, de Ruy Guerra.

Parceria firmada com a ECA-USP, e que teve o patrocínio da FAPESP, para processamento e divulgação de uma parcela da coleção de fitas quadruplex da extinta TV TUPI, referente às telenovelas produzidas pela emissora. Os recursos viabilizaram a aquisição de infraestrutura específica para o processamento das mídias, tendo como resultado a digitalização e publicação no Banco de Conteúdos Culturais de 100 horas de teledramaturgia – 166 episódios de 41 telenovelas históricas.

O projeto foi contemplado pela edição 2006/2007 do Programa Petrobras Cultural, segmento Preservação e Memória – Memória das Artes. Ao longo de três anos, foi realizado o tratamento e a digitalização do acervo de fotografias da Cinemateca Brasileira. A iniciativa promoveu ainda exposição, seminários e workshops.

O projeto foi patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com a finalidade de recuperar 9 filmes do cinegrafista Benedito Junqueira Duarte – Festa do divino em Nazaré Paulista; Lucas Nogueira Garcez; Vistas aéreas de São Paulo; São Paulo – vistas da cidade; A Metrópole de Anchieta; Viagem em redor de São Paulo; Parques infantis de São Paulo, Retificação do rio Tietê e Um Lençol de algodão.

Financiado pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, o projeto permitiu a digitalização e publicação na internet de cerca de 6 mil telerreportagens da TV Tupi produzidas na década de 1960.

Com patrocínio da Caixa Econômica Federal, foram restauradas 86 obras audiovisuais. Em 2009, foi lançado o box de DVDs com 27 títulos de filmes silenciosos em 5 DVDs, com trilhas sonoras compostas especialmente para o projeto.

O projeto teve o patrocínio da Transmissora Brasileira de Energia (TBE) para a recuperação e difusão (em DVD) de 18 cinejornais integrantes da coleção de nitratos da Cinemateca e cuja titularidade pertencia à Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), parceira da iniciativa.

O projeto, patrocinado pela Petrobras, teve dois grandes objetivos: a conclusão do Censo Cinematográfico Brasileiro, iniciado em 2001, e a criação do Sistema Brasileiro de Informações Audiovisuais (SiBIA).
O SiBIA foi uma rede de âmbito nacional que, entre 2005 e 2011, reuniu instituições detentoras de coleções audiovisuais, facilitando o intercâmbio técnico e as parcerias em torno de uma política comum de preservação.

Patrocinado pela BR Distribuidora, o projeto possibilitou a realização de diversas ações, entre elas: mapeamento de acervos cinematográficos ao redor do país; programas de formação técnica estendidos a profissionais de diversas instituições; análise e duplicação emergencial de obras do acervo da Cinemateca Brasileira e da Cinemateca do MAM-RJ; e consolidação da base de dados Filmografia Brasileira como principal referência de informações acerca da produção audiovisual nacional.